Xangô

Xangô
XangôEscultura representando Xangô
Badé
Orixá da justiça
Pais Torossi e Oraniã
Cônjuges Obá, Iansã e Oxum
instrumento oxê (machado com duas lâminas)
sincretismo São Pedro, São João e São Jerônimo na Umbanda

Xangô (em iorubá: Ṣàngó) ou, na Bahia, Badé, é o orixá da justiça, dos raios, do trovão e do fogo. Foi rei na cidade de Oió, identificado no jogo do merindilogum pelos odus obará e ejilaxeborá e representado material e imaterialmente no candomblé através do assentamento sagrado denominado ibá de Xangô. Pierre Verger dá, como resultado de suas pesquisas, que Xangô, como todos os outros imolês (orixás e eborás), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

Escultura em madeira: Orixá do Trovão da Nigéria. Obra executada por Lamidi Olonade Fakeye (1928–2009)

Origem

Etimologia

"Xangô" é um termo procedente da língua iorubá.

África

Como personagem histórico, Xangô teria sido o quarto alafim de Oió (rei). Ficou órfão de mãe muito cedo, não chegou a conhecer sua mãe, Torossi. Antes dele assumir o trono, o seu pai já havia sido o primeiro Rei. Logo depois veio o seu irmão, Dadá Ajacá, porém seu reinado foi mal sucedido. Após isso, o tutor de Xangô foi quem assumiu o trono, se tornando o terceiro Rei. Porém ele era um governante muito impiedoso, ruim, não gostava de crianças, era injusto e tinha péssimos planos para Oió. Por fim, o povo implorava para que ele fosse destronado ou que largasse esse posto, foi aí que Xangô tomou o trono e se tornou o quarto Rei. Todos comemoravam e pulavam de alegria. Xangô foi um Rei justíssimo, de caráter ímpar, tinha ótimos projetos para a sociedade, era muito elogiado por todos os cidadãos e, apesar de ser muito sério e carrancudo, ele era um ser muito bondoso. Xangô teve várias divindades como esposas, as mais conhecidas são: Oiá, Oxum e Obá.

Xangô é o orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.

Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

Xangô criador de Culto a egungum

Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:

Brasil

Xangô foi o quarto rei lendário de Oió, na Nigéria, tornado orixá de caráter muito justo, violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, os raios, os trovões. Filho de Oraniã e Torossi, teve várias esposas, sendo as mais conhecidas: Oiá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes.

Orixá do fogo e dos trovões, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de egungum. Muitos orixás possuem relação com os egunguns mas ele é o único que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, egungum. Xangô é a roupa da morte, Axó Icu: por este motivo, não deve faltar nos ebós de Icu e Egum, o vermelho lhe pertencendo. Ao se manifestar nos candomblés, não deve faltar, em sua vestimenta, uma espécie de saieta de tiras chamada banté, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos eguns.

Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Iamacê (Torossi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo iorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (egungum). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumarê, considerado por ele como seu fiel escudeiro.

Assentamentos de Xangô e Obá no candomblé


Xangô costuma ser sincretizado com São Jerônimo, Santa Bárbara e São Miguel Arcanjo.

As Qualidades de Xangô

As qualidades de Xangô são estas:

Elementos do culto

Cuba

Xangô (Changó) é uma das deidades da religião iorubá. Na santería, sincretiza com Santo Antônio.

Resumo

Xangô é um dos mais populares orixás do panteão ioruba. É considerado orixá dos trovões, dos raios, da justiça, da virilidade, da dança e do fogo. Foi, em seu tempo, um rei tirano, guerreiro e bruxo, que, por equívoco, destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se converteu em orixá.

Orixá da justiça, da dança, da força viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paixão, a inteligência e as riquezas.

O orixá

Xangô é chamado Jacutá (o lançador de pedras) e Obacossô (rei de Cossô). Foi o quarto rei de Oió e também o primeiro awó, trocou o axé da adivinhação com Orumilá pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.

Família

Foi esposo de Obá, Oiá e Oxum. Foi filho de Obatalá e Agaiu Solá, mas em outros caminhos se registra como de Obatalá Ibaíbo e Iembô ou de Obatalá e Odudua, mas em todos os caminhos considera-se criado por Iemanjá e Dadá. Irmão do último, Ogum, Oxum, Eleguá e Oxóssi

Oferendas

As oferendas a Xangô incluem amalá, feito a base de farinha de milho, leite e quimbombó (quiabo), bananas verdes, banana indio, otí (água ardente), vinho tinto, milho tostado, cevada, alpiste, etc. Imola-se carneiros, galos, codornas, tartarugas, galinha de guiné, pombas, etc

Pataqui (Itã) de Xangô

Furioso com os seus descendentes ao saber que Ogum havia querido ter relações com sua própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões. Quando nasceu Xangô, Eleguá (seu irmão) levou-o escondido para sua irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo, nasceu Orumilá, o outro irmão. Eleguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e, um belo dia, Obatalá caiu enfermo. Eleguá buscou rápido a Xangô para que o curasse. Logo que o grande médico Xangô curou seu pai, Eleguá aproveitou a ocasião para implorar de Obatalá o perdão de Orumilá. Obatalá cedeu e concedeu o perdão. Xangô, cheio de alegria, cortou a árvore e, dela, entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu, a seu irmão Orumilá, o dom da adivinhação. Desde então, Orumilá diz: "Maferefum (benção) Eleguá, maferefum Xangô, Elebará." Também pela mesma razão a equelê (moeda usada na Guiné Equatorial) de Orumilá leva, na soldadura, um fragmento do colar de Xangô (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então, Orumilá é o adivinhador do futuro como intérprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e conselheiro dos homens.

Referências

  1. CARYBÉ. Mural dos orixás. Salvador. Banco da Bahia Investimentos. S/A. 1979. p. 44.
  2. a b CARYBÉ. Mural dos orixás. Salvador. Banco da Bahia Investimentos. S/A. 1979. p. 42.
  3. a b c FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 795.

Ver também

Ligações externas